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Médicos e estudantes do Paraná marcam protesto para o dia 3 de julho
Vem pra rua pela saúde é o slogan da mobilização decidida nesta quarta em âmbito nacionalAs entidades médicas nacionais anunciaram nesta quarta-feira (26), em São Paulo, a deflagração do movimento "Vem pra rua pela saúde", que será marcado por manifestações em todo o Brasil no dia 3 de julho. O objetivo é chamar a atenção para os equívocos que envolvem as políticas públicas de saúde, em especial pelo subfinanciamento do SUS, as más condições de infraestrutura e trabalho, a ausência de um plano de carreira médica e a tentativa de trazer médicos formados no exterior sem passar por exame de proficiência técnica e de idioma.
Reiterando posição harmônica, as entidades paranaenses Conselho de Medicina, Associação Médica e Sindicato dos Médicos pretendem realizar mobilizações nas cidades onde mantêm representações, em especial as que contam com escolas médicas. Em Curitiba, será realizada passeata na Rua das Flores, para evitar problemas no trânsito. A concentração começa às 10h na Boca Maldita, e seguirá até a entrada do prédio da Universidade Federal do Paraná, a exemplo do que ocorreu em 25 de maio, em mobilização de aproximadamente mil pessoas, entre médicos e estudantes de Medicina.
A reunião de representantes das entidades médicas do Paraná ocorreu aconteceu no início tarde desta quarta na sede da Associação Médica, logo depois de encerrada em São Paulo a entrevista coletiva que teve o anúncio do movimento "Vem pra rua pela saúde". Diante da decisão de se fazer a manifestação de âmbito nacional para a próxima quarta, foi revista o protesto marcado para este sábado em Curitiba, em reforço a outras ações, inclusive em defesa da educação.
De acordo com o presidente do Conselho de Medicina do Paraná, Alexandre Gustavo Bley, a mobilização mais uma vez vai envolver médicos e estudantes, mas com o provável reforço de outras instituições de atenção à saúde e a própria sociedade, que sofrem as consequências da omissão do governo federal no cumprimento da Emenda Constitucional 29, que fixa a aplicação de 10% do PIB na saúde. Só este ano, mais de R$ 30 bilhões deixarão de ser investidos no setor. O presidente do Conselho reafirmou o conteúdo de nota de repúdio divulgada no último fim de semana, após pronunciamento de presidente Dilma Rousseff, que imputou à vinda de médicos estrangeiros a solução para saúde.
Esta medida inconsequente demonstra o interesse do governo em desviar o foco da discussão, que é o descaso com que a saúde é tratada neste país. Neste momento cabe uma pergunta: de quem é a responsabilidade pela saúde no Brasil?, repetiu Alexandre Bley, destacando que as entidades médicas defendem o Revalida como instrumento para referendar titulações de médicos formados no exterior.
Conforme dados atuais, o Brasil já tem mais de 200 escolas médicas e que formam 17 mil médicos por ano, projetando um crescimento ainda mais acentuado do que o verificado de 1970 a 2010, que foi de 557%, contra 101% do aumento populacional no período. A concentração dos médicos nos grandes centros, com dificuldade na interiorização, decorre das más condições oferecidas, como avalia o presidente do Conselho. Ele diz que, num primeiro momento, a manifestação é pacífica e não visa interrupção de serviços, possibilidade que está sendo cogitada pelas instituições nacionais na hipótese de as reivindicações não serem acolhidas.
Os diretórios acadêmicos e lideranças estudantis começaram a ser mobilizadas já nesta quarta-feira, a exemplo das representações médicas das cidades do interior, como Londrina, Maringá, Cascavel, Ponta Grossa e Francisco Beltrão, onde funcionam escolas médicas.