Sangue doado passará por exame mais eficaz na identificação do vírus HIV no Brasil A partir de dezembro, as bolsas de sangue dos postos de coleta devem passar por um teste de ácido nucleico, conhecido como NAT, que é mais sensível que o teste usado no Brasil, o Elisa. Segundo especialistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, apesar do exame diminuir o risco de contaminação por HIV e hepatite em transfusões, ele ainda apresenta falhas. A adoção do NAT foi determinada pelo Ministério da Saúde e passa a ser obrigatória em toda rede pública. Os serviços terão um prazo de 90 dias para se adaptar à norma e a obrigatoriedade vai se estender à saúde privada. O teste adotado pelo SUS, contudo, ainda necessita de adaptações. É a avaliação das áreas técnicas dos hemocentros que já receberam o material e o submeteram a avaliações de controle de qualidade. De acordo com o médico Carmino Antonio de Souza, presidente da Associação Brasileira e Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), o problema é que grandes hemocentros do País têm concluído que o teste não reproduz os resultados a que se propõe. "Temos uma dificuldade de caráter técnico que precisa ser esclarecida e resolvida." Ainda segundo o médico Dimas Tadeu Covas, diretor do Hemocentro de Ribeirão Preto, o NAT nacional não passou em alguns testes internacionais de controle de qualidade. "Não sabemos ainda o que determinou a performance abaixo do desejado. Mas o teste não é totalmente efetivo", diz Covas. Segundo ela, a fiocruz trabalha para equacionar as falhas. Para o superintendente-geral da Associação Beneficente de Coleta de Sangue (Colsan), José Augusto Barreto, houve uma precipitação por parte do ministério em incluir o teste na rotina. "Os problemas estão surgindo quando o teste já está sendo usado em larga escala. Essas preocupações deveriam ter aparecido antes", diz.
Saúde do Norte do Paraná