Um estudo europeu relaciona o consumo de carnes processadas, como salsicha, salame, presunto e bacon, a um aumento do risco de morte prematura. A pesquisa foi realizada com 448.568 pessoas de 10 países europeus, que foram acompanhadas por 13 anos.
De acordo com os autores, uma dieta que envolve o consumo de uma grande quantidade de carne processada está relacionada a outras escolhas pouco saudáveis. Os dados mostram que as pessoas que consomem mais desse tipo de carne ingerem menos frutas e verduras e são mais propensas ao tabagismo. No caso dos homens, o consumo elevado de carnes processadas está relacionado à maior ingestão de bebidas alcoólicas.
Risco elevado
O risco de morte prematura aumentou de acordo com a quantidade de carne processada consumida, mesmo depois que os autores reduziram a influência de outros fatores, como estilo de vida. De acordo com o estudo, para cada aumento de 50 gramas no consumo diário de carnes processadas, o risco aumenta 18%. Os riscos de morte por câncer e doenças cardiovasculares também aumentaram: para cada 50 gramas a mais, o aumento do risco foi de 11% para câncer e 30% para doenças cardiovasculares.
Os pesquisadores estimam que 3% das mortes prematuras poderiam ser evitadas todos os anos se as pessoas consumissem menos de 20 gramas de carne processada por dia. O estudo, realizado com dados da Investigação Europeia de Perspectivas de Câncer e Nutrição (European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition), também analisou as consequências do consumo de carne vermelha fresca e de aves, e não encontrou relação significativa.
Fonte: Revista Veja.
Comentário: este estudo europeu, ao contrário de dois estudos norte-americanos realizados anteriormente, não demonstrou uma associação entre o consumo de carne vermelha e um aumento do risco de morte por câncer e doenças cardiovasculares. Parece aceitável a ingestão de 300 a 600 gramas semanais de carne vermelha magra (alcatra, filé mignon e maminha).Devemos lembrar ainda que as carnes processadas são ricas em gorduras saturadas, sal e substâncias aditivas com potencial cancerígeno, por isso, devem ser evitadas sempre que possível.
Autor: Dr. Tufi Dippe Júnior - cardiologista.
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Saúde do Norte do Paraná