Um componente na clara do ovo, já popular como substituto do ovo completo entre os consumidores preocupados com o colesterol da gema, pode ajudar na redução da pressão sanguínea, segundo informaram nesta terça-feira (9) pesquisadores.
Zhipeng Yu, da Universidade Jilin, China, apresentou o estudo perante a Reunião Nacional da Sociedade Química Americana, a maior sociedade científica do mundo, que acontece em Nova Orleans, Louisiana.
"Nossa pesquisa indica que poderia haver outra razão para qualificar o ovo como comestível incrível", disse Zhipeng, segundo informou a Sociedade Química Americana.
"Temos provas de laboratório que um peptídeo - um dos elementos que constituem as proteínas - na clara do ovo reduz a pressão sanguínea tanto como uma dose baixa de Captopril, um remédio para a pressão alta", acrescentou.
Zhipeng e seus colegas usaram um peptídeo chamado RVPSL. Os cientistas já haviam descoberto antes que a substância, da mesma forma que o grupo de remédios que inclui Captopril, Vasotec e Monopril, é um inibidor da enzima de conversão da angiotensina e tem uma grande capacidade de inibir ou bloquear a ação de ACE, uma substância produzida no corpo que eleva a pressão sanguínea.
Os pesquisadores se enfocaram em documentar com mais detalhes os efeitos de RVPSL usando ratos de laboratório que desenvolveram alta pressão sanguínea.
Os resultados da administração da substância na dieta dos ratos foram positivos, o que indica que o RPSL não tem efeitos tóxicos aparentes e que baixou a pressão sanguínea em graus comparáveis às doses baixas de Captopril.
Zhipeng indicou que a pesquisa foi feita com uma versão do peptídeo aquecida a quase 93 graus Celsius durante a preparação, isto é, menos que a temperatura usada tipicamente no cozimento de ovos.
O investigador, no entanto, citou as referências de outros estudos segundo os quais a clara de ovo pode reter seus efeitos benéficos para a pressão sanguínea depois do cozimento.
Um desses estudos, publicado na revista "Journal of Agricultural and Food Chemistry" da Sociedade Química, indica que a proteína do ovo frito a altas temperaturas mostrou uma capacidade maior para reduzir a pressão sanguínea que os ovos fervidos a 100 graus Celsius.
Saúde do Norte do Paraná