Médicos e estudantes do Paraná marcam protesto para o dia 3 de julho

Educação - Quarta-feira, 26 de Junho de 2013


Médicos e estudantes do Paraná marcam protesto para o dia 3 de julho

“Vem pra rua pela saúde” é o slogan da mobilização decidida nesta quarta em âmbito nacionalAs entidades médicas nacionais anunciaram nesta quarta-feira (26), em São Paulo, a deflagração do movimento "Vem pra rua pela saúde", que será marcado por manifestações em todo o Brasil no dia 3 de julho. O objetivo é chamar a atenção para os equívocos que envolvem as políticas públicas de saúde, em especial pelo subfinanciamento do SUS, as más condições de infraestrutura e trabalho, a ausência de um plano de carreira médica e a tentativa de trazer médicos formados no exterior sem passar por exame de proficiência técnica e de idioma. 

Reiterando posição harmônica, as entidades paranaenses – Conselho de Medicina, Associação Médica e Sindicato dos Médicos – pretendem realizar mobilizações nas cidades onde mantêm representações, em especial as que contam com escolas médicas. Em Curitiba, será realizada passeata na Rua das Flores, para evitar problemas no trânsito. A concentração começa às 10h na Boca Maldita, e seguirá até a entrada do prédio da Universidade Federal do Paraná, a exemplo do que ocorreu em  25 de maio, em mobilização de aproximadamente mil pessoas, entre médicos e estudantes de Medicina.

A reunião de representantes das entidades médicas do Paraná ocorreu aconteceu no início tarde desta quarta na sede da Associação Médica, logo depois de encerrada em São Paulo a entrevista coletiva que teve o anúncio do movimento "Vem pra rua pela saúde". Diante da decisão de se fazer a manifestação de âmbito nacional para a próxima quarta, foi revista o protesto marcado para este sábado em Curitiba, em reforço a outras ações, inclusive em defesa da educação.

De acordo com o presidente do Conselho de Medicina do Paraná, Alexandre Gustavo Bley, a mobilização mais uma vez vai envolver médicos e estudantes, mas com o provável reforço de outras instituições de atenção à saúde e a própria sociedade, que sofrem as consequências da omissão do governo federal no cumprimento da Emenda Constitucional 29, que fixa a aplicação de 10% do PIB na saúde. Só este ano, mais de R$ 30 bilhões deixarão de ser investidos no setor. O presidente do Conselho reafirmou o conteúdo de nota de repúdio divulgada no último fim de semana, após pronunciamento de presidente Dilma Rousseff, que imputou à vinda de médicos estrangeiros a solução para saúde.

“Esta medida inconsequente demonstra o interesse do governo em desviar o foco da discussão, que é o descaso com que a saúde é tratada neste país. Neste momento cabe uma pergunta: de quem é a responsabilidade pela saúde no Brasil?”, repetiu Alexandre Bley, destacando que as entidades médicas defendem o Revalida como instrumento para referendar titulações de médicos formados no exterior.

Conforme dados atuais, o Brasil já tem mais de 200 escolas médicas e que formam 17 mil médicos por ano, projetando um crescimento ainda mais acentuado do que o verificado de 1970 a 2010, que foi de 557%, contra 101% do aumento populacional no período. A concentração dos médicos nos grandes centros, com dificuldade na interiorização, decorre das más condições oferecidas, como avalia o presidente do Conselho. Ele diz que, num primeiro momento, a manifestação é pacífica e não visa interrupção de serviços, possibilidade que está sendo cogitada pelas instituições nacionais na hipótese de as reivindicações não serem acolhidas.

Os diretórios acadêmicos e lideranças estudantis começaram a ser mobilizadas já nesta quarta-feira, a exemplo das representações médicas das cidades do interior, como Londrina, Maringá, Cascavel, Ponta Grossa e Francisco Beltrão, onde funcionam escolas médicas.

 

Consórcio Intermunicipal


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