Sem enfermeiros e com apenas um médico, hospital é fechado

Saúde - Domingo, 07 de Julho de 2013


Sem enfermeiros e com apenas um médico, hospital é fechado

O único hospital de Quatro Pontes, no oeste do Paraná, que tem quatro mil habitantes, está fechado há pelo menos uma semana. Com 11 leitos e uma média de 100 pacientes atendidos por mês, o local funciona com apenas um médico e quatro auxiliares de enfermagem que ajudam nos procedimentos.

O dono do Hospital e Maternidade Edgar Nunez Del Padro, que é o único médico do estabelecimento, admitiu que nunca contratou profissionais formados para a função devido ao valor dos impostos cobrados. “Esse tipo de profissional aumentaria o gasto do hospital em mais de R$ 50 mil, mais de R$ 60 mil por ano. E aquele ganho que o hospital tinha com aquele contrato custo operacional não conseguíamos bancar esse montante de dinheiro. Era eu trabalhando apenas para pagar funcionários”, afirmou o médico, que é boliviano.

O hospital funciona há 23 anos na cidade e atendia, principalmente, pacientes que tinham convênio de saúde ou por consultas particulares. Em 2011, a unidade passou a atender, também, pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Por contrato, a instituição recebia cerca de R$ 13 mil por mês da prefeitura para fazer os atendimentos. Mais de 500 partos já foram realizados no hospital.

Em outubro de 2012, a Vigilância Sanitária do município fez uma vistoria e quase 70 problemas foram identificados pelos fiscais. Dentre os itens, o principal foi a falta de enfermeiros. “Tem que ter um enfermeiro para acompanhamento, tem que ter um farmacêutico que pelo menos assine pelo que é utilizado no hospital”, complementou o secretário de Saúde de Quatro Pontes Fabiano Lumb.

Segundo Lumb, como o hospital não se readequou no prazo determinado pela Vigilância Sanitária e não contratou nenhum enfermeiro, o convênio com a prefeitura, que vencia em junho, não foi renovado.

A 20º Regional de Saúde admite que há muitos anos o Hospital e Maternidade de Quatro Pontes vinha funcionando irregularmente, sem ter profissionais essenciais para o trabalho. “Vinha-se desenvolvendo trabalho até então dentro do pessoal de auxiliares e realmente foi uma falha nesse sentido”, confirmou o diretor Alberi Locatelli.

Com o hospital fechado, os moradores que necessitam de atendimento de urgência e emergência precisam se deslocar até Toledo, a quase 40 km, para ser atendido. A abertura da unidade só deverá ser feita após todos os problemas serem resolvidos, inclusive a contratação de enfermeiros e farmacêuticos.

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